terça-feira, 1 de março de 2011

We are ready, we are ready for the floor.

- Manu… - tentou me deter em meio a beijos.
Lá se foram mais sei lá quantos minutos de mãos, boca, lábios.
Sem mais, Yumi me empurrou com força descolando nossos corpos. Por instantes fiquei confusa. Mas Yumi pegou minha mão e me puxou. Apenas a segui.
Empurrou uma porta com força, não abriu. Não se deu por vencida. Abriu o banheiro com força, vazio. Me empurrou para dentro junto de si. Fechou a porta de qualquer maneira. Jogou seu corpo contra o meu. Quase caímos por cima de uma estante com produtos de higiene. Senti uma dor aguda vinda do encontro entre a quina da estante e minha costela. O beijo de Yumi me fez esquecer da dor. Fomos escorregando pela parede até achar um local mais firme e sem quinas, a parede entre a estante e a pia.
Eu já não sabia mais o que estava fazendo. Ela me beijava de um jeito que nunca havia esperado. Quer dizer, nas minhas noites solitárias no quarto, enquanto pensava nela antes de dormir, às vezes sonhava com o momento em que a gente ficaria. Mas não imaginava que ela ia corresponder de tal forma, como se aquele meu desejo por ela fosse tão mútuo. Mas mútuo de verdade, porque ninguém sabia do tamanho da minha vontade por Yumi por completo. Ela me beijava de uma maneira que simplesmente não conseguia parar.
Passou suas mãos por baixo da minha blusa, descendo e abrindo de uma só vez minha calça. Virei meu corpo, empurrando-a contra a parede. Fiz o mesmo. E simplesmente aconteceu. Enfim a senti. E depois de um momento compassado, as duas deixaram escapar um suspiro quase que ao mesmo tempo, sem ar.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Não é o prédio que ta caindo, são as nuvens que tão passando.

Demorou cerca de meio segundo para Yumi se entregar, abrir seus lábios, encostar sua língua na minha e me beijar. Aí nos beijamos. Levou cerca de mais meio segundo para ela me puxar contra seu corpo com força. Depois já não sei mais do tempo. Só sei que ela me puxava, e a gente se encostava, numa vontade absurda. Um beijo daqueles quase agressivos, de muita força, muita química, muita vontade. Seus dedos percorriam minha nuca, meus cabelos, me trazia pra perto de si. Escorregavam pelas minhas costas, puxando minha cintura para a sua. Seu corpo vinha em minha direção. Nossas pernas logo se encaixaram. E eu simplesmente não conseguia parar de beijá-la. Não conseguia fazer mais nada além de beijá-la e encostar nela de uma forma quase que desajeitada. Quase que primária. Não sei do tempo. Não sei da música, daquele forró, da dança dos outros. Ignorei mesmo.
A gente simplesmente não parou de se beijar por muito tempo. Muitos minutos de matar a vontade. Mas quanto mais a beijava, mais queria beijá-la. Mais queria encostar na sua pele, sentir seu corpo, sentir toda ela.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

De um lado para o outro.

Apertei sua mão, para ter certeza de que estávamos de mãos dadas. Ela retribuiu em certa forma carinhosamente. Suspirei fundo, ainda olhando para ela. Ela apenas retribuía. E mesmo com tantas caipirinhas, o álcool não diminuíra minha ansiedade por estar segurando sua mão. A porcaria daquela caipirinha não me fazia mais valente perto de Yumi, não me dava coragem necessária para atitudes. Precisaria de mais. Mas decidi: sem pensar. Parar de pensar no que poderia acontecer no três. E quando desse o 3, fazer alguma coisa. Fechei os olhos. Talvez fechar os olhos não fosse o melhor começo, pois tudo começara a rodar bruscamente. Abri. Dane-se a contagem regressiva.
Puxei sua mão, num embalo virando meu corpo de frente para o dela. Não saberia dizer se ainda havia música na sala, se ainda existiam pessoas dançando ao nosso redor. Yumi permaneceu escorada na parede me olhando. Nossas mãos permaneceram entrelaçadas. Ignorei todos os avisos de “não faça isso” vindos do resto da minha consciência.
Coloquei meu corpo para mais próximo dela, empurrando-a de leve ainda mais contra a parede. Sua mão me apertava com mais força conforme me aproximava.
Ignorei tudo, menos o que não deveria ignorar. Minha vontade de beijá-la.
Aproximei minha boca da sua de maneira constante, sem parar, mesmo com as insistentes vozinhas vindas da minha mente “não caga com tudo, não faz merda, não estraga nada” e “foda-se, beija logo porra”.
Encostei meus lábios nos seus. Sua mão me apertava com mais força ainda. Ignorei. Ignorei todo o resto.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O que não faz um triângulo.

Supostamente estava tudo como estivera antes da nossa discussão. Conversávamos alegres, um pouco da bebida, um pouco do clima agradável da sala, das pessoas muito felizes, estranhamente felizes para falar a verdade, estranhas, mas ainda sim felizes.
- E você, cadê a sua menina?
- Que menina?
- Marta.
- Ai, que Marta nada, to solteira gata – Carol e suas insinuações.
- Opa!
- Opa nada, você sempre me dá foras e mais foras homéricos – brincou Carol.
- Eu? Você que namorava antes.
- Agora você que namora.
- É.
- Eu não namoro – falei mais rápido do que meu cérebro pode processar, mais devagar do que conseguia pronunciar todas as palavras num volume audível e sem comer tantas vogais.
- Olha! – falou Renata botando fogo.
Apenas sorri embriagada.
- Vocês bem que podiam ficar mesmo – falou Yumi me olhando.
- O que? Eu e a Carol?
- É – concordou Renata.
Olhei para Carol tentando focar somente nela. Ela ria. Mas ficou ali, parada na minha frente me olhando.
- Nahh – falei – não rolaria.
- Pouts, mais um fora – resmungou Carol.
- A gente tem ficado muito próximas, amigas sabe?
- E desde quando amigas não ficam? – retrucou Yumi.
Olhei pra ela querendo lhe fazer a mesma pergunta.
- É, mas não rolaria mesmo – falou Carol um pouco mais séria – porque a Manu não faz meu tipo.
Senti minha autoestima ser atacada de leve e vendo minha cara ainda completou – a Manu é gata de mais pra mim – riu.
- Ah sim...
Me perdi no meio da conversando olhando para uma menina sentada no sofá, tinha a impressão que a conhecia de algum lugar.
- Quem é ela? – perguntei sem ser ouvida.
- Gente! – Paulinho saiu da cozinha gritando com um CD na mão – trouxe as melhores músicas para dançar em casalzinho. Quero ver todo mundo pegando a mão do coleguinha, chamar pra pista e arrasar no forró.
- Desde quando Paulinho gosta de forró? – perguntei para Yumi.
Ela ria – não sei, desde que terminou com o Leandro ele anda assim, meio estranho mesmo.
- Ele ta aprendendo danças com um amigo nosso aí. Acha que todo mundo quer dançar essas porcarias agora – respondeu Renata.
Empurraram os sofás para os cantos, tiraram a mesinha de centro da sala. Começou aquelas musiquinhas regadas a triângulo e sanfona que eu não fazia ideia de quem era.
- Vem comigo gata – Renata puxou Carol pela mão, nos deixando sozinhas.
- Não vai dançar? – perguntei pra Yumi, enquanto me escorava na parede atrás de nós.
- Eu não, não sei dançar essas músicas aí – sorriu se escorando ao meu lado.
Ficamos durante alguns minutos em silêncio apenas olhando aquele bando de bêbados tentando dançar forró. Paulinho era o único que parecia querer seguir o ritmo da música. O restante dos casais se balançavam como podiam, uns riam, outros desistiam e apenas começavam a se pegar. Era como ver um clipe de Lady Gaga dentro de um show do Falamansa.
Por breves minutos me distrai de tudo, me distrai da presença de Yumi tão próxima de mim. Voltei ao mundo quando nossas mãos se encostaram de leve. Na verdade foi meu coração que me puxou à realidade.
Deixei meus dedos onde estavam, e os dela permaneceram ali, encostando de leve em mim. Talvez ela nem tivesse se dado conta de nada. Mas continuei sem olhá-la nos olhos. Fingia atenção a um casal que vez ou outra se aproximava de nós, quase nos pisando os pés.
Estiquei meu indicador em direção à Yumi, o entrelaçando com o seu. Ela mexeu de leve seus dedos. Num segundo de completo gelo na barriga pensei que ela tiraria sua mão da minha, mas ao contrário do imaginado, ela passou seus outros dedos em volta dos meus, segurando minha mão de forma estranha.
Arrisquei olhar para ela. Levou alguns segundos até que seus olhos se voltassem para mim.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Claro que sim

- Vem?
- Sim, eu vou.
- Mesmo?
- Sim.
- Não acredito.
- Ta, então eu não vou.
- Ai que brabinha...
- Meu, até daqui a pouco, beijos.
Ele riu – beijos, vem bem linda que tenho contatos pra te apresentar.
- Vê lá, hein?!
Não tinham se passado tantos dias assim pra eu chegar num estado de completo bem estar. Mas tinha conseguido chegar a uma conclusão, não deixar mais assuntos relacionados com Yumi me afetar daquele jeito. Imagine, eu fazendo escândalo na frente da minha casa. Não que fosse algo tão atormentador assim, mas o fato de um escândalo e o motivo dos gritos sem respostas era no mínimo fora do meu contexto. Mas havia decidido com aquela certeza de domingo à noite, na eminência de uma segunda feira cheia de promessas de dias melhores, que aquilo não se repetiria. Sabe, desencanar de Yumi. Porque ela sim havia entendido meu recado, eu é que não entendi seu silêncio e sua cara de confusão.
Pois bem, cheguei na festa do Paulinho. Sozinha, mas satisfeita.
Logo de cara encontrei Renata e Carol, ambas tagarelando sem parar.
- E aí suas bêbadas!
- Ahhh você veio! – gritou Renata levantando o copo no ar, derramando algumas gotas no carpete.
- Claro que sim, eu disse que viria.
- É que a gente achou que... – Carol falou diminuindo exponencialmente sua voz.
- Eu vou resolver isso.
- Vai resolver como?
- Cadê ela?
- Ta lá na cozinha.
- Hei, o que você vai fazer? – Carol me segurou pelo braço.
- Calma, como te disse, vou resolver essa idiotice – falei me sentindo meio enjoada. Ou seria só um embrulho no estômago por ter que falar com Yumi depois da nossa nada amigável conversa no hall?
Passei por mais alguns conhecidos, abanei, dei beijo na bochecha, brindei mesmo sem copo, mais algumas pessoas e enfim a cozinha. Yumi estava fazendo uma caipirinha e tinha mais dois rapazes conversando. Não os conhecia, mas pareciam namorados.
- E essa caipa aí, sai ou não sai? – falei forçando um tom descontraído.
Yumi chegou a dar um pulinho de susto.
- Ahm.. Manu.. –falou ficando levemente corada, ainda segurando em uma mão a faca e na outra metade de um limão.
Apenas sorri.
- Não sabia que você viria –tentou colocar de qualquer jeito a faca em cima da mesa, derrubando um montinho de cascas de limão no chão.
As recolhi, colocando-as em cima da tabuinha, chegando mais próxima dela.
- Olha só Yumi...
- Não, Manu... eu que...
- Deixa eu só falar uma coisa – continuei ignorando sua menção de me interromper – é idiota a gente brigar por coisas idiotas – ri da minha própria construção de sentença – sério Yumi, eu não to a fim de ficar brigando contigo, não faz sentido. Você faz o que você quiser com as tuas coisas, e sério – segurei seu braço – não to sendo grossa, ou pelo menos to tentando falar de boa com você. Eu gosto de você, a gente é amiga, eu não tava num momento bom, você tem suas coisas eu as minhas e pronto ta? É ridículo a gente brigar desse jeito.
Mas aquela vontade de beijar persistia. Desde há muito tempo atrás. E mesmo com meus momentos de silêncio, pensando no que fazer olhando para o teto, não desfizeram minha atração por ela. Era só chegar perto, naquela mesma distância que estávamos. Era o suficiente para querer estar nela, de alguma maneira além da que estávamos. Atração passa, forcei meus olhos novamente para os seus, com o coração batendo descontroladamente mais rápido com o seu silêncio e sua cara indecifrável.
- Você não concorda? – insisti, tentando parecer sensata.
- Sim... – sorriu.
Ai pronto. Aquele sorriso. Que merda. Odeio quando não consigo controlar minhas vontades.
- Então pronto.
- Pronto.
Eu podia estar louca, mas ela permaneceu me olhando. E olhava de um jeito estranho.
- Ta – virei as costas e comecei a sair da cozinha.
- Onde você vai?
Sair de perto de você porque quero te dar um beijo, pensei.
- Vou ao banheiro.
- Ah ta. A caipirinha já ta quase pronta – sorriu como se nada tivesse acontecido – vê se não demora que eu guardo um gole pra você.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

II - pause

Fiquei pensando, e pra pensar naquele momento, precisava de uma pausa. De alguns dias, várias horas, muitos minutos de silêncio. Completo e vazio. Preto, escuro, sem luzes no fim do caminho. Até porque o caminho eu já conhecia, de olhos fechados poderia chegar ao final. Mas esse final eu não sabia exatamente onde chegaria. Precisei ficar fora por alguns dias. Nesses dias, que se passaram em várias horas de um sono que nunca chegou eu fiquei pensando. Dos muitos minutos que fiquei em completo silêncio, mas ainda pensando.
Pensei em tantas coisas que até agora poderia ficar pensando, continuando no mesmo ritmo flatulendo, parecido com o andar do trem. Aqueles que contornam montanhas, que desviam das barreiras monstruosas pra chegar ao seu final. Do túnel, do caminho, do que ele nos conta.
Esse era o momento de apertar o pause e aguardar por alguns segundos, talvez fosse necessária vários minutos ou muitas horas. O momento de respirar profundamente, sem esperar que os anjos dissessem amém. Não sei porque fui parar pra pensar em anjos. Onde estava o meu? Será que ele era homem mesmo? Preferia pensar que sim. Confiava mais no anjo homem, talvez porque precisasse de um porto seguro, forte, no sentido literal, o anjo. Com seu artigo bem definino - o. Mas depois de vários segundos, lembrei de Patrícia. Ah como era fácil me lembrar dela nesses momentos de amarga sanidade e lucidez. De clareza numa noite como aquelas.
Sabe quando você precisa ficar sozinha? Pois eu precisava. Off por uns tempos, ou por aqueles vários segundos ou muitos minutos que ainda havia para o dia clarear.

I don't even like it.

- Manu o que você ta fazendo? - sua voz era alta, volume máximo, me irritou naquele mesmo instante.
- Estava dormindo Renata, até você me ligar e começar a gritar no telefone - falei com a voz pastosa ainda de sono.
- Mas hoje é sexta!
- Eu sei - falei irritada.
- Mas você está sozinha aí?
- Não, a Carol veio dormir aqui comigo.
- Ta ficando com a Carol? Mas ela não estava ficando com a Marta?
- Não!
- Ela ta ficando com você?
- Não Renata, ela veio aqui dormir, só isso. Conversamos até pegarmos no sono. Aliás, que horas são hein?
- É cedo, meia noite passada.
- Hmm - meus olhos estavam pesados, queria continuar a dormir.
- Vamos sair?!
- Não Renata eu vou dormir.
- Eu to passando aí agora, ta?
- Não, eu quero dormir.
- Em dez minutos eu chego aí!
- Renata...
Ela desligou o telefone. Olhei para a cama de Débora e Carol permanecia dormindo. Talvez não estivesse ouvido quando eu falara com Renata. Até porque quem estava gritando era ela e não eu. Fechei novamente meus olhos, e depois de uma eternidade ouvi meu celular tocando novamente.
- Acorda Manu!!!
- Oi.
- Que voz de sono é essa?
- Eu estava dormindo, esqueceu?
- Eu to aqui na frente, vem abrir a porta pra mim.
- Ah Rê, eu quero dormir.
Ouvi ela falar com alguém.
- To subindo aí, o tio deixou eu entrar.
3 minutos depois ela estava batendo na porta.
- Ta aberto, entra sem fazer barulho - falei alto de mais.
Renata entrou e sem falar mais nada pulou na minha cama em cima de mim.
- Bom dia princesa - falava animada.
- Você ta me machucando Rê.
- To nada - me deu um beijo demorado na bochecha - tava com saudade de você.
- Mas a gente se viu hoje de manhã na aula.
- Pra mim parece ser uma eternidade.
- Fala baixo que a Carol ta dormindo.
- Oi Carol - gritou.
- Oi pra você também Rê - respondeu rindo.
- Viu só, você acordou ela, agora sai de cima de mim.
- Ah, não menospreza meu abraço.
- Não to menosprezando nada, você que está me sufocando - tentava empurrá-la, mas ela se segurava firme em mim.
- O que nós vamos fazer hoje? - ela estava animada, pelo visto não ia ser pouca coisa para conseguir tirá-la dali.
- Eu vou dormir e suspeito que Carol também - falei pedindo apoio a ela com os olhos.
- Eu acho que vou pra casa Manu, já ta na minha hora, ainda consigo pegar um ônibus.
- Ta muito tarde pra você ir.
- Não ta não Manu, mesmo, eu prefiro ir pra casa, não to muito animada por baladas hoje.
Depois de me dar um beijo, no que pode me alcançar pois Renata permaneceu deitada por completo por cima de mim, saiu do quarto fechando a porta delicadamente.
- Agora que estamos só eu e você aqui, quero fazer uma proposta pra você.
- Ih, lá vem.
- Manu desde quando você não confia em mim?
- Eu confio, você não me deixa respirar só isso!
Ela foi um pouco para o lado, não o suficiente para sair de cima de mim, mas o bastante para me deixar respirar novamente.
- Vamos sair eu e você.
- Mas a gente sempre sai, não sei o que tem de novo nisso - sorri virando-me para ela.
- Ah, vamos jantar então. Eu pago, tipo um encontro.
Soltei uma gostosa gargalhada.
- Encontro? Você andou se drogando?
- Não Manu, porque, pra quere sair com você só estando drogada?
- Não, mas pra você me propor uma coisa dessas sim!
- Você acha que eu sou um monstro né?!
- Não - sorri.
- Deixa eu levar você para jantar?
- Mas olha a hora que é.
- O que tem? Eu conheço vários lugares que a gente poderia jantar agora.
- Eu não to com fome Rêzinha querida, vamos dormir?
- Então eu posso dormir aqui?
- Dorme ali na cama da Débora, nesse final de semana que ela não estará em casa.
- Mas eu quero ficar com você.
- Mas você ficará bem perto de mim - sorri.
- Se é pra eu ficar eu vou dormir com você.
- Desde que você não ronque - ri.
- Não roncarei, prometo - sorriu de volta.
Entrou para baixo das cobertas comigo, ficou me olhando.
- Que foi?
- Nada.
Apaguei a luzinha da cabeceira. Pouco mais de dois minutos depois.
- Manu.
- Que?
- A gente não vai... ?
- Vai o que?
Se aproximou mais de mim passando seu braço por cima de mim me abraçando. Se inclinou para seu rosto ficar mais próximo do meu.
- Vai o que sua louca?!
Me beijou o pescoço passando sua mão por baixo da minha blusa.
- Você está louca? - repeti rindo. Tirei sua mão de mim.
- A gente vai dormir Renata!
- Sério?!
- Claro que sim.
- Mas pelo menos eu vou dormir abraçada em você - riu se aconchegando em mim.
- Não tenho muitas opções mesmo né?!
- Não.
Assim dormimos. Renata vez por outra tentava alguma coisa mais ousava, mas a cortava antes mesmo de começar. Ela ria. Me tirou o sono. Ficamos conversando o resto da noite sobre qualquer coisa, nada de muito importante. Mas ainda assim, dormimos. Na verdade ela, não eu.